A evasão escolar se dá por muitos motivos. Na maioria, claramente conhecidos, mas que não são devidamente levados a sério pelos órgãos públicos responsáveis. A começar pelo não cumprimento do estabelecido na LDB em seu art.69 que estabelece que a União aplicará anualmente, nunca menos que 18% da arrecadação (receita, resultante de impostos, compreendida e proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino público municipal.
A falta de condições de prosseguir estudando muitas vezes se deve a falta de estrutura familiar, poucos recursos de sobrevivência que levam a criança a ter que ajudar no orçamento da família, muitas vezes até em trabalhos impróprios a sua idade e saúde, mesmo havendo a proibição,como define o ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente), com exceção quando na função de aprendiz; gravidez na adolescência, outro fator muito comum nos dias atuais, e que cada vez mais parece sem controle, apesar dos métodos contraceptivos e das informações públicas
existentes; inoperância dos órgãos competentes e dos estabelecimentos de ensino; despreparo e desrespeito de diretores e professores num ciclo vicioso, recíproco e recorrente com seus alunos; falta de material escolar e de métodos adequados para atrair o mesmo para que permaneça até sua
formação na instituição escolar, tirando-o assim, da situação de risco social em que muitas vezes se encontram. Esta é uma difícil, mas não impossível meta. Estatisticamente falando, o IBGE constatou que 20% dos jovens entre 15 e 17 anos abandonam a escola, alguns podem até retornar, mas evadem novamente por falta de perspectivas e condições de se manter, incompatibilidade entre existente entre ambos, estudo e trabalho, mesmo que seja necessário. O corpo docente sem preparo, é incapaz de prover e identificar os problemas para combatê-los, principalmente por não levar em conta a questão sócio-cultural deste indivíduo que se insere na sociedade por meio da Educação, hoje tão defasada e debilitada em todos os aspectos. Totalmente no refugo, sem amparo técnico-humano-financeiro para se remodelar, vai aos trancos e barrancos. As sangrias constantes nos orçamentos educacionais por parte dos governantes, refletem claramente o descaso com que vêem esta situação e não somente negligenciam, como também estabelecem uma política de manutenção deste 'status quo' com um sistema sucateado e retrógrado, de dependência da população através da ignorância, da desinformação sobre seus direitos, contanto que cumpram seus deveres pagando impostos extorsivos que não são revertidos para a sociedade. Constatamos sim, o descumprimento da nossa Constituição que estabelece a garantia de direito a Educação, Saúde e Segurança a todo cidadão, porque lazer, só gratuito, quando tem. O total desrespeito a vida e a dignidade humana. O desmantelamento das instituições básicas em nosso país impera desmedidamente camuflados por uma falsa boa vontade que termina no orçamento que se desvia indefinidamente para uns e outros!
Seguem estas, capengando, tentando sobreviver sem as mínimas condições, e assim, nos desprotegendo diante do mundo! O esmolamento freqüente da nação e viciamento é explícito por meio de 'bolsas disso e daquilo' , um paternalismo destorcivo que fragiliza a sociedade nas suas bases, que tornam a nossa sociedade refém de si mesma numa pobreza que se alastra velozmente, miserabilizando a população intelectualmente, espiritualmente, transformando-os em submissas criaturas sem vontade ou desejo, diluindo seu ego transformador, inquiridor, que leva uma nação para frente, em massas modeláveis e descartáveis, transformando a todos em um rebanho subjugado pela desinformação e conivência, seja consciente comodismo ou não.
O número de moradores de rua aumentou 70% no caso do Brasil, a dívida externa triplicou, os índices reais de desemprego, subiram, e a evasão escolar cresce a cada dia vítima da falta de estrutura e violência descontrolada, do abandono imerecido. Isto significa que há algo errado nas estatísticas divulgadas. Que há algo de muito podre neste reino.
Não podemos nos deixar enganar! Urge que façamos algo em nosso próprio benefício!
Em benefício do futuro! Precisamos preparar cidadãos felizes para o amanhã, conscientes, coerentes, sensatos! Cidadãos que criem e reproduzam o cumprimento de leis justas, privilegiando tanto os direitos quanto os deveres.O primeiro paço é pesquisar sobre aqueles que elegemos para nos representar, para modificar e transformar as leis em benefício de todos para o cumprimento destas leis; escolher devidamente alicerçado na clareza de informações diante dos fatos, não se baseando em propagandas elaboradas por profissionais competentes e bem remunerados para esta função, e que nada tem de compromissos com a verdade, sociedade. Produz apenas ilusões que são repletas de fantasias e cheias de inverdades e desnecessário glamour.
Precisamos exigir e forçar o estado a exercer sua função, direito nosso, aproximando-o da realidade social em que vivemos para que seja realmente modificada esta situação de evasão escolar, começando pela raiz do problema, conquistando em conjunto, soluções benéficas para todos nós. Para isto é preciso que cada um faça sua parte e procure saber escolher.
O homem justo cresce e se desenvolve ético por opção, não por coersão.
Mônicka Christi