Há no amarelo uma luz apelativa. E esta flor alimenta a simbologia dos crentes quando sorri aos olhares que a contentam. Há, nesse momento, uma troca de mensagens torneadas pela encriptação. A flor Helianthus recebe a mensagem e responde aos anseios de sucesso, fama, sorte e felicidade. É quase uma troca justa.
Mas é o tempo que marca o passo do destino. Destino esse que desenhado num efémero Mundo e que sucumbe sucessivamente, ao mistério e ao (des)conhecimento do criador.
A história tem uma memória repleta.
Girassóis foram amplamente desenhados pelo, então coitado, pintor Vicente Van Ggh numa colecção de sete telas. Eis um detalhe: O homem, génio, viveu na miséria e cometeu o maior crime quando se suicidou.
A linha da fronteira é ténue.
Há no amarelo o outro lado da luz. Uma simbologia ignorada. Um risco de retrocesso, inglória, azar e infelicidade. Há uma realidade quase gémea da loucura sonhada e alimentada pelos impulsos dos caminhantes.
Os Girassóis são espasmos criativos, são flores e também são oportunidades. Oportunidades de olhar o único num todo e, conscientemente, extrair a mensagem que necessitámos.
Cada um que olhe por si, que leia, que escreva, e que pinte se tiver que pintar, mas que pense sempre pela sua cabeça. O Mundo avança. O tempo move-se. E nós, morremos um pouco, em cada dia que desperdiçamos.
Eis um dos textos que me faltava escrever!
Eduardo Montepuez
25 de Outubro de 2010