Diz-me, por favor, que a ventania não te sopra de volta...
Diz-me que não vai ser preciso limpar-me de ti...
Diz-me que não estarei nunca ocupada para ti...
Nem tu para mim.
Diz-me que não houve mentiras...
Diz-me que nunca ocupei lugares que não meus...
Que sempre que comigo estavas... Era comigo sim.
Diz-me que nunca fechaste os olhos pra te ausentar de mim...
Diz-me que sempre foste puro em tudo em mim...
E que nunca quiseste pronunciar outro nome comigo...
Que não o meu.
Diz-me que nossos momentos, mesmo distantes...
Não te arrastaram os pensamentos para longe de mim.
Para onde não quero pensar...
Para onde sei que não eras feliz.
Diz-me que, mesmo se eu chorar...
Nunca irás macular o meu amor a ausentar a verdade...
E que calarás meu pranto com um beijo...
E me colocarás em teu peito...
E me reconhecerás quando nossos olhos se encontrarem...
Diz-me que tudo ruim é pesadelo...
É vazio e inexiste... Não cabe em nós.
Que não existe maldade...
Que nosso amor é puro e sempre...
Desde o primeiro encontro...
O primeiro “eu te amo”... – precipitado em demasiado...
Mas, mesmo assim... Diz-me.
Karla Mello
Junho 2010
karla.melo66@hotmail.com"Nao tenho ambições nem desejos. Ser poeta nao e uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho." (Fernando Pessoa)