Estava esprimida, sofrida
Era um eterno dia...
Era uma eterna noite...
Eu bradava, cantava, esquecia,
Nos cegos olhos que pertencia.
Como sofria nessa estranha agonia
Tudo por um adeus, que não compreendia.
Nem meu amigo: o orvalho da folha,
Não sabia explicar os secos olhos
Que te procuravam e não conseguia.
Não tinha esperança, estava vazia,
Sentia um peito aflito, coração partido,
Mas mesmo assim, num mudo sorriso,
Tentei empurrar a tristeza da alma,
Mas os olhos não permitiam a saida.
Como poderia imaginar que sumira
Porque sofrias, de uma ausencia vinda
Do querer do perto que clamava,
como também do sim de um tempo ido,
Numa primavera não esquecida.
Então, sem mais nem menos um dia,
Com a manhã que traz a surpresa
De uma vinda não esperada,
Consegui liberdade numa saudade nua
E, rolei por uma face, que sorria.