O dinheiro é o causador de todos os problemas, a riqueza a todo o custo, a ganância são os seus seguidores e adoradores. Há gente que faz de tudo para enriquecer, não tem mal algum querer-se mais para a nossa vida, o pior é quando se esquecem todos os valores, para enriquecer, não olhando a quem nem ao «como», para lá se chegar. Existe quem venda a alma ao Diabo, literalmente, para alcançar tais anseios. Pelo dinheiro se estigmatiza pessoas, se destroem florestas, se maltrata a Mãe Terra. O hábito faz o monge e o ladrão. Pessoas perdem personalidade para ter dinheiro, aos montões, nas suas mãos, tornando-se avarentas.
Era muito melhor os tempos em que se trocavam cereais, por roupas, comercializando o que se possuía, pelo que se não tinha. Não havia privação ou carência, nem ausência de coisa precisa e útil. Cada um tinha o seu trabalho e era através dele que conseguia o seu sustento e o sustento dos seus. Havia pão, leite, roupa, dos mais variados tecidos (tudo feito à mão), animais, vegetais, fruta e ovos, nada faltava, para se trocar e fazer negócio. Todos conseguiam comercializar, os seus excedentes, até que apareceram as primeiras moedas e tudo se passou a comprar, com preço estabelecido, e de difícil alcance, para todas as bolsas.
Começaram a surgir os pobres, pois o que cultivavam ou maneavam (os seus animais), não tinha mais saída. Embora pudessem vender algo do seu expediente, nunca se levava para casa o que era realmente necessário, pois os produtos em venda, disparavam consoante a sua procura, e os preços iam subindo, no que era de mais-valia e preciso. Então o preço de um quilo de batatas, não dava para comprar um vestido e assim por diante. Surgiram os artesãos com peças riquíssimas, que vendiam a bom preço, e as terras de cultivo foram sendo abandonadas, ficando apenas para os pobres o seu pedacinho de terra cultivável.
E era com o que ela lhes dava que tinham de sobreviver.
Trocar os seus excedentes, por aquilo que não possuíam era política a manter-se,
ainda nos dias de hoje, pois há terra bastante para todos cultivarem, os seus géneros. Queijo, vinho, sal, peixe, tudo isto tem saída, cada qual com o seu trabalho, sem avarezas nem dinheiro, a troca simples e pura dos meios alimentícios ou artesanais. O dinheiro ao contrário do que se pensa, não juntou as pessoas, arredou-as de um modo de vida primário mas sustentável, onde todos interagiam e faziam parte de um sistema pluralista e flexível. O dinheiro não é rentável, apenas para os ricos, e não há dinheiro suficiente, nos bolsos dos menos abastados, para terem tudo o que necessitam.
Sabermos o que sabemos hoje, mas não precisar de dinheiro para nada. Assim havia trabalho e empregos para todos, pois tudo servia como «moeda» de troca. Então as empresas evoluíam e cresciam, e, a base de sustento, para o ser humano, estava assegurada. O dinheiro fez o mundo crescer: era perfeitamente
natural, que o modo de vida, quem preconizo, também o conseguisse, a necessidade faz o engenho. Troca por troca, dura e crua, num desenvolvimento sustentável e rentável, para os que investiam seriamente no seu trabalho. Dava para ter todas as regalias que se tem hoje, agindo-se pela «troca», de serviços e serventia, sem abusar de ninguém, não havendo ricos nem pobres, mas sustentados.
Jorge Humberto
23/09/10