Mistérios tamanhos ensejam seu esplendor,
E a sua beleza serena, altiva, que se impõe,
Carregam em sua formosura a pujança da cor,
Envolta de memórias tão vivas até então sossegadas.
Num vaso qualquer, num canto de uma sala qualquer,
Inevitável que me prenda o olhar e aguce a lembrança,
E me lance em flash de algum tempo ido,
Então dormindo sob a guarda do passado.
A sua forma exuberante e solitária de estar,
Beleza contida e exposta de quando em quando,
Aguardada igual rebento fecundo dum grande amor,
Viço que se prolonga igual querer enraizado na razão.
Orquídea da memora dos tempos que não voltam,
Salvo nesses relances de imagens que se fazem,
Nesses instantes que a vejo assim tão solitária,
E me vejo em ti quando a olho assim formosa e só;
Inevitável lembrar de quando me olhavas assim.