Os mapas antigos não me guiam
Nem bússolas sem ampulheta
Um corpo oco
pouco a si pensar
pouco para falar
Existe um tiro no escuro
na favela,para a burguesa
Sem lenço sem documento
Veja como se vê o mar
o povo negro vai lhe ensinar
Num idioma indefinido
eles só tem que sentir
como corta o mal no corpo
como acaricia o bem no corpo
se ergueram para além do sofrer
a escravidão é selo marcado
naquele mercado havia esperança
do amanhã que não é hoje
é amanhã
Na senzala o sono sonhava na morte
a fé cega de olhos azuis
a clarividência era mais um porte
forte da escravidão
LUCAS LIMA M.