Sonetos : 

Soneto às Sombras - II

 
Meus olhos turvaram,agora um cadaver
Um corpo rijo, esticado, sangue parado
Nada movimenta, sem sentidos, sem ver?
Caixão lacrado, repouso do verso acabado

Reunião, uns choram, outros falam, risos
Comentam, uns lamentam, outros só ignoram
chega a hora, vão entregar-me a terra liso
Mas fico no coração dos que no momento oram.

Escuro, túmulo, sou agora refeição,
Um prato, vermes me atacam, não sinto
Quem foram voltam, levando minha feição.

Se estou morto, como consigo contar isso?
Esqueci, apenas meu corpo ficou sem a vida
Eu sou vida dentro de quem sabe que existo;


 
Autor
Antonio Ayrton
 
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Enviado por Tópico
Juli Lima
Publicado: 17/08/2007 20:14  Atualizado: 17/08/2007 20:14
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 Re: Soneto às Sombras - II
Boa tarde! Sensório versejar. Bj poesia