Sou bicho em hibernação
Guardado da própria vida que me cerca lá fora
Vivo como coisa sem rumo e sem nome
Vivo…
Espero…
O que sou?...
Não sei!
Sou criatura em casulo
Esperando para rebentar
Sou verde broto de planta
Aguardando a afloração
Esperando em silêncio
Pelo dia que parece nunca chegar
Em um ponto da vida que já desconheço
Itinerário obscuro
Espero…
Pela força que cá há de me resgatar
Sou cria contida em mim
Esperando a gestação que vai me criar
Esperando que de dentro de mim venha à luz
Um novo eu que irá me libertar
E cá estou repousando
Sobre papéis esses sonhos
Espero ser eu mais que devaneio meu
Mais que bicho invernando
Mais que inseto metamorfoseando
Mais que planta germinando
Espero ser o eu que conheci no sorriso de uma Linda Rosa
Naquele fabuloso novo mundo adentrando
Novo e Velho…
Mas do qual e jamais deveria sair
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