Abraço-te dia
Quando lento me despertas
Trazendo o cunho da vida.
Suavemente me ergues
Ao romper da alvorada
Sopras as minhas velas apáticas
e contorcidas,
Entrego-as a ti, de mão beijada.
No horizonte, desponta o sol
Riscando o céu de raios doirados...
São eles a ponte para chegar à minha alma
E apagar tudo o que nela resta
De tons cinzelados...
Ensolarada
Solto brados de louvor
Deixo-me ir, ao sabor
Duma prece ou poesia.
Ornamento-as com Jesus
Que afasta de mim a noite sombria.
E num abraço
Abraço-te também, Maria...
Bom dia, dia!
Dulce Gomes