Sonetos : 

"The Deep End"

 
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O comboio partiu já cheio de gente
Apitando pelo Douro, nem nos viste.
Ai amor, estivemos sempre à tua frente,
Corroendo os carris do Rio em que partiste!

A Estação acorda sempre azul e triste
Com vagões de Barca d’Alva já ausente.
Embarcou no trem do Cais do Oriente
Em passos largos, de quem assiste.

As linhas permanecem para sempre
Nos esmeros passageiros duma mente,
Apinhados em bagagens de quem desiste.

Passaram anos conjugados e nem sentiste
Os ponteiros cronometrados que seguiste
A vigésima quinta locomotiva, eternamente!

Carla Bordalo


Sentindo o vivo, vivendo o sinto, e, em sentimento o digo para assim o escrever em qualquer parte de mim.

 
Autor
mariacarla
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/09/2010 18:06  Atualizado: 20/09/2010 18:06
 Re: "The Deep End"
Me falta o alcance geográfico de muitas das coisas da poesia, mas sinto a partida, o que fica, o que parece ser o fim, na mente-menina-dos-olhos...
Excelente!
Bj,
Edilson