Poemas : 

Réstias de sobrevivência

 
Foi na pétala da euforia
Que desvendei o meu sonho
Fragrância envolta em mistério

Interiorizei a réstia do esplendor
Sob a óptica da melodia inacabada
Jamais escutada nas margens do pranto

Flor talismã da sintonia
Num brinde que ora proponho
Em oferenda às letras do adultério

Marginalizado pelo olhar sedutor
Égide da imagem retida e fragilizada
Necessitada do omisso encanto

Sortilégio que vitimaria
Aquele imenso retrato medonho
De onde sobressaía um velho minério

Resquícios supridos pela dor
Na herança dessa foto mutilada
Urdida pela espera de não sei quanto

Pode uma flor ser simples mel
Pela ternura e belezas contidas
Mas pode também ser amargo fel
Presente em várias mentes sofridas
Que de seus corpos deixam a pele
Para sobreviverem em suas vidas


António MR Martins

2010.09.19


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/09/2010 15:46  Atualizado: 19/09/2010 19:40
 Re: Réstias de sobrevivência
"Foi na pétala da euforia
Que desvendei o meu sonho
Fragrância envolta em mistério
"

assim começas o poema para propositalmente envolver-nos no mistério...

e como finalizas;

"Mas pode também ser amargo fel
Presente em várias mentes sofridas
Que de seus corpos deixam a pele
Para sobreviverem em suas vidas
"

partimos pois com mesmo mistério, particular, das suas palavras mas com o deleite dessa leitura..

fraterno abraço, António.

zésilveira

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 19/09/2010 16:08  Atualizado: 19/09/2010 16:08
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Usuário desde: 14/08/2007
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Mensagens: 11099
Online!
 Re: Réstias de sobrevivência
António,
Quanta sabedoria e sensibilidade encontro neste poema que transcende a mensagem que se lê à primeira vista.
Beijo
Nanda

Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 19/09/2010 16:11  Atualizado: 19/09/2010 16:11
Usuário desde: 08/10/2007
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 Re: Réstias de sobrevivência
Ola poeta

às vezes a sobrivivencia obriga-nos a olharmos só para o nosso umbigo.....como uma rosa. belos como as petalas, exalando perfumes mil, mas crueis como os espinhos que nela existem...

Beijinhos
Gostei muito desta refleção á minha maneira subjectiva.

Tudo de bom para ti Antonio

Enviado por Tópico
anakosby
Publicado: 19/09/2010 18:13  Atualizado: 19/09/2010 18:13
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 Re: Réstias de sobrevivência/ Antônio Martins
António,
Que poema sublime.
Os defeitos e belezas estão nos olhos que quem vê, cada ser humano é um universo insondável...
BEIJO.
Adorei ler. Vou voltar viu?