...Lá no fundo do silencio profundo a vida transparece deste lado em formas abstractas.
Os pássaros acordam-me do resto da noite. Desejam-me um bom dia.
A liberdade abraça-me e o meu dia começa.
Dou de caras comigo próprio, entrelaçado no meu ser de sentido invertido, debruçado em paralelismos oscilantes e controversos, em indecisões que não existem.
Luto por um Amor que não faria o mesmo por mim, que não se atreveria a dedicar tanto tempo na compreensão do mesmo.
No fundo da desordem em que a minha cabeça se encontra, a lógica imaginada pela inteligencia oculta concede-me um novo capitulo.
Nós somos aquilo que queremos ser.
Perfeitamente imperfeitos na perfeição.
Autores do Mal e do Bem.
Sedentos de histórias de final feliz.
Quero ser escritor. Autor de sonhos.
Quero inventar Lola e torná-la real.
Quero pegar na caneta e soltá-la ao sabor do coração que não tenho e que não encontro.
Quero agarrar as palavras soltas na minha cabeça. Juntá-las. E transformá-las naquilo que quero ser.
Entorno a página da desgraça na pressa de ser algo que me dê prazer. E amor.
Moribundo, arrasto-me em mais palavras complicando o acerto que tarda em chegar.
Possuo-a em sobressaltos que encaixam na recordação do desejo virgem. De imaginá-la como se da primeira vez se tratá-se. Primeira vez que senti falta de palavras, que senti que elas preenchiam a falta de quem me falta.
Como se não bastásse, as palavras só por si não chegaram. Era a falta das tuas, não das minhas, era a falta de um pouco de ti.
Se a transparencia da alma rodopiásse, nós passaria-mos a ser piões, presos por uma corda em nosso redor e objecto da brincadeira de crianças.
Lola é uma criança.
Repleta de sonhos e de vontade de os concretizar.
Estará já farta das brincadeiras?
Qurerá tornar-se adulta?
O que é que faltará para o ser?
Não terá a idade suficiente?
Qual é a altura certa para uma criança passar a ser adulta?
Cinco perguntas sem resposta.
Cinco frutos que retiro da minha mochila.
Cinco esfomeados que tento encontrar.
Cinco respostas que espero receber em troca.
À primeira pergunta respondo eu, Eu é que estou farto de estar no quarto, tambem quero brincar ao mesmo tempo e com Lola.
À segunda pergunta suponho que já o seja, caso contrário, claro que sim.
À terceira prgunta a resposta supostamente serei Eu.
À quarta pergunta, como não quero ferir susceptibilidades, apenas declaro que o amor não escolhe idades.
À quinta pergunta respondo que é quando ela quiser.
Lola só quer ser feliz.
Para isso tem de tornar os adultos felizes.