Dormiam alcateias nos teus braços
quando a luz da noite ainda respirava
o halo morno do dia e,
dos mares longínquos, ondas de espanto
nos percorriam fantasias em veias ágeis,
e a brisa salgada nos nutria
sem tréguas, as margens do coração.
Então o Outono das coisas
espreitava p’la fresta nesgada ao vento,
em imagens cruéis de cera derretida,
em que as folhas das tílias em queda
e as flores rubras estilhaçadas
p’los gemidos de violinos
desenhavam cascos rombos de barcos,
velas e remos, nas tuas mãos abertas.
... e a noite vinha e bebia sequiosa,
uma a uma, as pétalas de rosa maceradas
dos fundos dos teus olhos tristes de menino...
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