Sou um parasita de mim!
Acostumado a sobreviver sobre os dias
Noto a falta que faço a mim mesmo
Quando me esgoto num cansaço estranho
Ou descanso
Convicto do apogeu das minhas virtudes!
Amigos?
São todos os que não existem...
São o que sou
Estão onde estou
Mesmo quando não estou
Mesmo quando fico
Para justificar a urgência de me procurar
Num mundo que critico
Apenas porque não sei viver com ele.
Para mim tudo!
Mais a guerra
O sangue quente que corre pelas veias
Os corpos despedaçados pelas balas
A obscenidade do horizonte
Quando descobrem
A matéria animada que sou
E me possuem
Num delírio muito perto do suicídio!
Creiam ou não
Existir não é viver
É saber que se está vivo
Como porta aberta
Que se mantém
Entre uma rocha e uma estátua
à mercê dos vendavais
Teóricos.
Os amigos morrem como amigos.
Os amigos dos covardes morrem como amigos dos
covardes.
Os amigos inúteis morrem como amigos inúteis.
EU MORRO COMO QUERO!
Espero
No entanto
Que o silêncio parta de vez
Para poder
Enfim
Renascer.
antóniocasado
Revisto para o Luso Poemas