SOBRE O RIO E AS COISAS DO RIO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Vejo coisas no rio.
Coisas que foram no passado...
São sombras do que foram
Mas são mais...
O rio que guarda as coisas
Que parecem do passado
Também ele não é passado
Posto que passa e novo sempre é.
As coisas que foram
E deixaram de ser o que eram
Novas coisas são...
São os Homens que significam as coisas
E elas serão o que o Homem quiser.
Mais que história das coisas
Ou histórias nas coisas,
Importam os homens por trás das coisas.
E as coisas que não são
Por iguais que pareçam
Passam a ser por que são únicas.
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Se fosse possível às coisas terem almas próprias, elas seriam como os seres humanos?
Teriam vontades próprias? Memórias próprias?
Eu as prefiro como são: caixas de memórias. Suportes de lembranças de Homens.
Tagarelas de memórias humanas.
Coisas que falam de Homens de todos os tempos: do passado e do presente simultaneamente.
Instrumentos de lembrar...
E serão mais valiosas as coisas que mais se fizerem ouvir.
Que mais falarem aos Homens sobre os Homens.
Os homens que as fizeram,manusearam,usaram, vivenciaram.
Pois então,
As coisas têm almas sim. E memórias.
Almas de Homens. Memórias de Homens.
Que bom que seja assim.