Estou alagado por dentro no sentimento,
nas minhas unhas cravadas na minha pele louca,
enlameada pela chama descontente,
amansada como faca no amolador que geme.
Percorrem-me o corpo correntes de energia estática,
amedrontadora, jocosa, na passagem.
Os canais rompem-se perante o grito,
correm-se-me, esguios, rios interiores de sangue,
que mancha,
que se olvida, perdido, no limiar do tempo,
que se poluí com a Luz,
que de tão branca me ofusca o sibilante olhar.
Sintonizam-se as pálpebras no cansaço ido.
Sacrificam-se os sacrilégios pelo bem da alma.
Escolhem-se os mais fortes dentre os mais fracos,
os que aparentam sanidade aparente.
Os insanos são banidos,
queimados na fé dos que se apoderaram do espírito.