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Crime da Distração

 
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Estava em cima de uma ponte.
Olhava o horizonte, a quietude do mar;
Seus olhos disfarçavam no olhar,
Pensamento longe;
A mão inquieta tramava algo.

Seria a vontade às vezes louca.
Seria vício, ou um gosto por porcaria;
Quem sabe distração,
Um álibi por quem não presta atenção.

Arrancou das entranhas
Impurezas e satisfação;
E tornou a cutucar com gosto
O doce sabor do desgosto.

Ao tomar tardio juízo
Admirou-se da repugnância que o tomara,
Por segundos se vira lançado no precipício.

Por sorte arrependeu-se;
E tornou onde estara,
O silêncio da voz que o caçoara
Trouxeram de volta os olhos, ao horizonte.

Estava certo do bom comportamento
E da quietude do mar;
Porém a mão o traíra novamente.
Nada que um álibi não resolva
Para um suicida que a vergonha não suportou.

Seria um vício, ou um crime da distração.




Marcelo Henrique Zacarelli

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
São Paulo, Setembro de 2010 no dia 14.
 
Autor
Marcelo
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