Quero cantar
Como o mais triste pássaro da matina
Que embriaga meu alegre despertar
Mesmo sem vôo, sem voz, sem você…
Quero deixar
A minha canção gravada em todos
que a ouvirem
Ela traz minha mensagem de liberdade
Quase furtada ante as desilusões impostas
Quero levar
Quando o sol não mais iluminar minhas manhãs,
E o luar não mais possa inspirar-me,
De todos a única expressão,
O AMOR.
Quero andar
Correr solto por todos os prados
Arar, semear, plantar, colher a paz
Mesmo se do ódio a irriguem.
Quero fugir
Das paixões atiradas ao egoísmo
Dos elos ambiciosos que cercam a humanidade
Menos, daqueles indefesos e oprimidos seres...
É por isso que procuro nas palavras
Uma nota, uma harmonia,
Apenas uma que me convença
De que nem tudo está perdido.
Preciso, precisamos
Da segurança que todos almejam
De um ombro amigo,
De um braço acolhedor,
De um colo para o aconchego.
Se você alcança esse vôo de folhas
Soltas ao vento de inverno,
Se você inspira o ar dessa brisa
Sopra essa chama da vela,
Para que ela ilumine outras almas...
Se você divide esta chama
Se você compartilha desta flor
O mundo então não será um fardo
Já não será grande demais para você suportar sozinha.
“O mundo é um rito de passagem
Um eterno filtro,
Onde a sabedoria é a última a passar
E com ela os seguidores da verdade
Pois ninguém dela toma posse nesse teatro
Somente o Cristo, ao te receber de uma
longa viagem.”
AjAraújo, o poeta humanista, poema exortação, escrito na década de 80.
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