Não passa de um fato, a loucura,
Que vestido ou não, por momentos,
Liberta o demónio nessa escura,
Planície da solidão de tormentos.
Mas existe a boa e a má loucura,
Uma cresce nas entranhas aos poucos,
A boa traz a felicidade e a cura,
E na confusão a má deixa-nos loucos.
Mas como não trocar os pensamentos,
Se quem nesse fato emprestado mora,
Não sabe se despir desses momentos,
Ou ri da dor ou grita porque namora.
E se sair por aí, montado na loucura,
E se me olharam de um jeito estranho,
Pensarei - Tanta gente de cabeça dura,
E eles - Mais uma ovelha pró rebanho.
Não quero saber então se enlouqueci,
Nem quero saber mais da normalidade,
Basta-me saber que te tenho só a ti,
Para mim tudo mais, mera futilidade.