Poemas : 

TRABALHO

 
Tags:  eduardo braune  
 
Já é dia
Acabou-se a paz e a alegria
Levanto afoito
Belisco um biscoito
Água cai
Ensaboa ali
Enxágua aqui
Mas algo não sai

Me visto andando
Tropeçando, caminhando, correndo
Contando o tempo
Que estou perdendo

No trajeto congestionado
Não posso nem ficar irritado
Pois já sou do rotulo: Estressado
Pra variar
Chego atrasado

Sento na sala sem vento
Em detrimento
De prazos e atrasos
Escuto de costas
Fofocas das Maricotas
Sapatos, chinelos e botas
Gente cobrando, reclamando
Mas ninguém amando

No doze os ponteiros se encontram
Um abraço pro porteiro
Mal sinto o cheiro
Na mesa engulo
Não mastigo
A única refeição desse castigo

Volto pra cela
Perto da janela
Sento na mesa
Com uma certeza
Já foi metade
Um instante de felicidade
Flutuo e destituo
Caio na realidade
Ainda falta metade

Esse dia que não desliza
Horas pra vestir a camisa
Mostrar-se comprometido
Mesmo estando perdido
Mesmo com um punhal nas costas
Com varias propostas, sem respostas
Pisadas na cabeça
Esperando o momento
Em que tudo desapareça

Que chegue a noite
E tudo escureça
Pra sim!
Fugir
Me esconder, me deitar
Sorrir
começar a sonhar
E viver
Até o sol nascer!
 
Autor
eduardo_braune
 
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