Trago novamente nos bolsos o tempo parado.
Recuo para os anos em que eu era eu;
Em que eu era feliz
E a minha volta ninguém estava morto…
Recuo como numa viagem
Onde o tempo não existe,
Uma espécie de viagem metafísica e carnal.
Estou novamente no velho recreio;
Meu Deus que o cheiro da inocência
Inflama-me as narinas novamente!
Reconstruíram a velha cabana de madeira.
Volto a estar sentado nela…
Eu sei que dia é.
Sei porque tenho lágrimas nos olhos…
Eu sei que hora é.
Sei porque tenho-me cara a crer sorrir…
Vou a correr porque sei que vais chegar em breve.
Vou a correr porque sim!
Porque apenas quero correr.
Chegaste e o velho portão abre-se…
Volto a estar novamente no tempo de agora.
O portão verde e já ferrugento está aberto.
Voltaste.
És tu; mas já não és.
És tu ; mas não como eu te imaginei.
És diferente…
Linda! ...mas diferente do que te sabia.
Mas existes.
Tens outro nome outras feições.
Mas eu sei que és tu.
O meu peito;
O meu mundo;
Vejo tudo cair
Diante dos meus pequenos olhos…
A pouco e pouco volta tudo.
Voltou tudo como era antes…
Inocente…
"Gosto de ti!" ˗ Digo eu…
"Gosto de ti mais que gostar!" ˗ Dizes-me tu
E tudo dentro e fora de mim;
Começou então a tremer!
Guidinha <3