Flor amarela
Uma moça singela
Que tinha na canela
Uma ferida de erisipela
Coitada dela!
Não era bela.
Ainda por cima era banguela.
Flor amarela,
Tinha algo nela
Que poucos davam “trela”
Era a parte mais linda dela
A bondade e cautela.
E em sua vida singela
As amizades dela
Eram verdadeiras e sinceras.
Ela não pedia piedade.
Não se fazia de vítima e não era covarde
Na sua simplicidade
Mostrava que tinha força de verdade
E a beleza fluía sem esforço ou vaidade
O que seria beleza?
Em meio a certas feiúras e asperezas;
Onde tantos não têm delicadeza
Não tratam bem a natureza
E ainda não dão valor ao próximo em sua inteireza
E vivem no mundo de total impureza.?
Flor Amarela chorava
Pois um mundo justo desejava.
E quando criança não imaginava
Como a injustiça no mundo reinava
Apesar da força que ela emanava
Havia certas coisas que ela repudiava;
Mais feio que sua erisipela na canela
Mais feio que sua boca banguela
Ou que sua vida “singela”
Era ver nos humanos a maldade.
E egoísmo que invade
A crueldade
Privando algumas pessoas da “liberdade”
Pois não têm caridade:
A balança da desigualdade.
Flor Amarela não se deixou abater
Estudou, cuidou dos dentes.
Pena de si mesma nunca quis ter
E lutou bravamente.
Não foi fácil sua vida
Teve alguns tropeços e se levantou
De uma vida sofrida
Ela bravamente chegou...
Hoje é uma mulher linda!
Sem se tornar arrogante
Pois a beleza que ela irradia
Mais do que qualquer diamante...
Vem de dentro dela.
Flor Amarela
Não tem mais erisipela
Não é mais banguela
Continua singela
Mas é a flor mais bela
E todos gostam dela
Pois não é mais a donzela
Pobre da favela;
Hoje ela
É a Drª Florisbela;
Joana Darc Brasil *
15/08/07
*Direitos reservados à autora.
Edna Schneider Lemos