E disse ele: "oh, que se foda, agora os campos estão também alagados e não se passa para o pinhal, o milho está quase pronto para ceifar e a velha tia Ana e o tio Armindo vão dar uma vez mais da perna para tirar daqui este grão todo".
A eira estava mais uma vez disponível agora que as crianças não lá mais brincavam depois de repreendidas pela puta da velha que detestava toda a manifestação de alegria e felicidade.
Era mais uma vez Outono. Os cheiros das ervas doces que ladeavam ambas as margens do regato era intenso e inebriante.
Ver aquele pedaço de terra carregado de cor verde, contrastante com a cinza queimada do último Verão foi algo que jamais lhe saiu da memória.
Saía de casa pelas escadas das traseiras, com as socas da mãe calçadas, chocalhando na marmorite verde e antiga, lavada muito poucas vezes.
Ia ao poço encher um regador de água.
Colhia os cheiros do caminho estreito que levava ao quintal. Era hora de dar alimento aos animais do campo e saudar a manhã de orvalho que se deleitava perante os seus olhos em mais uma manhã como tantas mais.