Querem-me calado, ligado a um passado
Sombrio, mas eu sobrevivi e, da poesia,
Ganhei a força da palavra, qual renegado
Que saiu de suas masmorras em pleno dia.
Não tenho orgulho do meu passado mas
É com ele que tenho de viver, dia após dia,
Não me sentindo um coitado, e seus afãs,
Que não vingaram por falta de cortesia.
Fiz tudo em plena consciência, caí, levantei,
E tive a força de vontade dos que não calam:
Hoje sou eu e mais eu, e tudo o que semeei.
Não me queiram mal, pelo que fui ou deixei
De ser, bem sei que à minha volta mal falam
De mim, pela vida atroz que então levei.
Jorge Humberto
14/08/07