Coaxam-me rãs na boca ávida
quando a tarde se enterra em lodos
e os sapos verdes sobem os musgos dos barros.
Sinto ao longe, na encosta íngreme dos medos,
silêncios de silvas e cardos.
Do mar o sal e o leite branco das cabras,
na feição feérica,
no requeijão,
no negro pão em vime repousado.
O cheiro acre e forte, de um dia em quase morte,
do coalho em que, perpétuas se eclodem
fúrias de marés bravas.
...atmosferas ácidas. Mariposas revoltas
na cólera de um mar, num plantio de rosas.
Em espera, jaz inútil
a toalha posta e as frescuras verdes de pomar.
No postigo, vislumbro cheiros mestiços
de um roçagar imberbe. No restolho dos trigos,
besouros sem bicos...
No sapal, ali ao lado,
tertúlias recalcadas nas coxas altas de garças.
Sem bordão e sem cajado,
descalça, viajo a dor numa gota híbrida
de sangue e suor, no rumo de nenhum lado.
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