Um longo olhar atravessa o nada,
e dono de uma ternura cansada,
envia pedidos de socorro...
Rasgando a cortina da madrugada,
amanhece uma dor extenuada,
como o sol atrás de um morro...
E somente a lua, em sua inocência de criança,
há de devolver a esperança,
perdida em tudo o que foi dito.
Porque o poema existe naquele olhar,
mesmo que cale aqui o falar,
mesmo que nunca mais seja escrito...