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Anjo Negro

 
Aí estás tu, olhando para mim
Com esses olhos duros,
Pregando-me ao chão,
Impedindo-me de mover, de fugir.

Olho-te imóvel,
Mergulho no negro mar do teu olhar
E vejo dor, sonhos perdidos,
Tanto sofrimento,
Tanta perda e desolação!...

Aperta-se-me então o coração.
Anjo negro, ao que vens?


Porque me procuras tão ansiosamente?
Qual a razão
Da tua presença nos meus sonhos?

Sinto-me perdida nesses olhos,
Na linha fina da sua boca,
Na brancura da sua face
Sem qualquer expressividade…

Aproximo-me então
Quero tocar nesse semblante angelical
Quero mergulhar de novo
Nesse mar de sentimentos
Mas algo me demove:

Vai, vai então,
Leva a tua mensagem
A outra gente
Pois eu aprendi a lição…



Poemas originais por Tânia Oliveira (Direitos reservados)

 
Autor
Tânia
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