Que a terra lhe seja leve...
Que encubra ela, o negror do teu caixão!
Que junto com ela, tanto carregue!
Tudo o que deixaste, à solidão...
E a minha vida toda fenece,
Como as flores, que levas entre as mãos!
E no meu peito, agonia estremece!
Mergulhando n’amargura o coração...
E mergulhado, coração dolorido!
Como as flores de um rubro malmequer!
Vai despetalado ao vento, sofrido!
Na vermelha cor que todo é...
E assoprando o vento
O ramo desflorado... Que mal-me-quer?!
Que mal me quer o pensamento!
Que balança o infausto coração até...
O barulho sobre o caixão...
Encobrindo a terra, o teu corpo na cova!
Transmuta tamanha solidão!
Na solidão que a fria terra prova...
No fundo da cova, deitar...
Do cemitério, provar tamanha frialdade!
Provar a friagem... Lembrar!
De tudo o que fomos, saudades...
O que fomos?!...Alegrias!
Hoje à borda da cova, o coração afunda!
Afunda em tamanhas agonias!
Imerso em lembranças tão profundas...
(® tanatus - 23/07/2010)