Encontramo-nos no deserto
Só nós dois, com sede de desejos
Onde teu corpo nu é miragem
E palavras são areias infinitas
Que sela meus lábios com água da tua boca
Castiga-me com teu calor absurdo;
Para que o sol passe despercebido
E deleita sobre mim;
Dunas nuas...
Espreguiçam meus olhos
Mulher de areia encanta-me;
Te provar me faz perder em grãos
A nudez inconcebível da paixão
Hoje não mais existo; me consomes...
Morro de sede neste odre
Na secura da loucura me deparo;
Liberta-me da asperidade da tua teia
Do teu pecado sou carente
Dunas nuas... Mulher me insinua;
Quero morrer desta vês em tua culpa
No deserto imaginário do meu quarto
Mulher de areia; és meu pecado.
Marcelo Henrique Zacarelli
São Paulo, Agosto de 2010 no dia 18
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli