Poemas : 

QUASE POEMA

 
a poeta hilda hilst
ainda não tinha seus cem cães
mas chegava quase perto em campinas
quando declamava poemas de amor
sem que ninguém a entedesse

a poeta ana cristina cesar
se atiraria do sétimo andar
do prédio onde morava no rio de janeiro

o poeta álvaro alves de faria
e eu
bebíamos conhaque dreher
no bar costa do sol
na rua 7 de abril

era 29 de outubro de 1983
eu me lembro

__________________

júlio


Júlio Saraiva

 
Autor
Julio Saraiva
 
Texto
Data
Leituras
1204
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
5 pontos
5
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 11/09/2010 15:06  Atualizado: 11/09/2010 15:06
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: QUASE POEMA
Uma quase realidade
de um quase sofrimento
do sofrimento
que a vida
sempre é...

Bela poética!

Bom fim de semana!
Abilio**

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/09/2010 15:56  Atualizado: 11/09/2010 15:58
 Re: QUASE POEMA
Uma memória activa, dos bons e dos maus momentos.
A propósito, o poeta Álvaro Alves de Faria está cá, em Portugal, a lançar os seus livros "Este gosto de sal", editado pela Temas Originais, e um outro cujo título creio ser "Cartas de Abril para Júlia", como se pode verificar numa mensagem do Forum deste sítio.
Nesta semana fez uma apresentação em Coimbra e para a semana vai a Lisboa. (Não sei se virá aqui ao Porto; se vier, farei tudo para estar presente).

DM


Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 11/09/2010 16:19  Atualizado: 11/09/2010 16:19
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: QUASE POEMA para julio
"Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim , a mim que sou cego : isso é aquilo que vê , essa é a matéria que vê . Toco os dois olhos sobre a mesa , lisos , tépidos ainda , arrancaram há pouco, gelatinosos , mas não vejo o ver . É assim o que sinto tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito , e desbocado e cruel , manchado de tintas , essas pardas escuras do não saber dizer , tento amputado conhecer o passo , cego conhecer a luz , ausente de braços tento te abraçar."

Hilda Hilst

obrigada,julio.pela hilda também.a escrita dela é um fascínio constante para mim.tu sabes.

num dia vinte e nove de outubro esbarrava eu com um site chamado lusopoemas.o ano era outro.e foi aqui que te encontrei.não são "apenas" memórias.são coisas incríveis que acontecem.e que,embora raras,continuam a acontecer.
haja olhos,mesmo que sobre mesas.

beijo.à poesia.

alex

Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 11/09/2010 19:26  Atualizado: 11/09/2010 19:26
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: QUASE POEMAp/Júlio
boas ou más as memórias são a vida.são momentos como estes que vale sempre a pena vir até aqui.

bj
eduarda