Será que o defunto sabia a origem da Rosa, e que segredo guardava?
Peguei no meu diario, que não sei escrever, apenas contar a história.
As paginas do meu caderno estão completamente brancas, uns riscos cobre alguns desenhos inspirados por mim, sim. Sei desenhar traços bem defenidos, era um dos meus passatempos enquanto cuidava das cabras e das ovelhas. Um dia inteiro serve para imaginar, de certo pensavam que sou um mentiroso, por escrever no meu diario.
É a vida de um pobre cuitado como eu, os estrangeiros falam aquelas linguas todas esquesitas, mas eu percebo quando é para pagar, o sinal com as mãos diz tudo.
O toninho entretinha-se a fazer cestos de asas, fazia cesto vindimo, enorme para depois transportarmos as uvas.
Ambos eramos uns Antonistas, o padre era um senhor fino, cheio de cultura, segundo se constava tinha estudado nos Antoninhos, uma ordem religiosa de França, devotados aos cuidados dos doentes atacados pelas pestes denominada Fogo de Santo Antão.
O rosto as vezes paralizado talvez pela dor deixava expressar os seus sentimentos,
dava-nos um gozo enorme quando ao domingo ao servir na sacristia viamos o defunto a dar um gole tão rápido que o homem se trocia todo e lá depois vestia a o talar dos abades inquieto, e mais um trago para o caminho até chegar ao altar. A gente cagava-se a rir.
Um dia pegamos no garrafão e trocamos o vinho por vinagre, só visto. O pobre cuitado quase se borrava todo, mas quando entramos para o ajudar a vestir, ele sai-se com esta;
- Ele só me tenta!!
Houve inclusive um domingo, pelas 8 horas da manhã que Rosa Havia saído pelas traseiras. E precisamente nesse domingo a Rosa não apareceu no café.
Era tudo muito estranho.
Iolanda Neiva
(muitas vezes falo só para mim,
e escrevo para que alguém me ouça)