Gozo o pesar da chama que agarrava meu corpo. Detenho saudade e vontade de acariciar a impressão, que me confecciona a planear, que um fragmento do céu seja só teu. Um fragmento do mais cerúleo, do mais refulgente céu, para a mais radiosa estrela que povoa a terra. Estranho o afeiçoado astro que te desvendou o trilho deste planeta. Estranho igualmente quem de tão sublime completou, e se concluiu em algo ainda mais belo. Que és tu?
És o que a terra outrora idealizou ter, mas que faleceu sem ver. És a ascensão do devaneio que à noite fruo, e por entre suas missivas tento aprisionar como real. Poderia morrer, na insaciante briga de ter, o que o cosmos guarda de perfeito. Que és tu? Se na perfeita demanda que trago, te distinguisse repetidamente, te pegasse e te tocasse, te beijasse, te tivesse e saciasse, aí! Que és tu?
Morro. Para te defrontar novamente eu faculto meu coração. Desato cada vértebra amorosa, cada consciência de amor, minha diminuta rosa, estou determinado a ter-te.
Será pedir demais, a consciência da perfeição plena, na inconsciência da posse não plena deste ser não perfeito? Que és tu? Que me fazes querer desafiar a própria lei, que me prende a este mundo terreno e me cega pelo amor que emanas.
Quem és tu? Me amas, me matas, me dás vida. Quem és tu? Abraça-me e da tua carne dá-me o essencial para a ferida. Quem és tu?
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