Por ti todos os dias morrem
Eu morro mais depressa
Talvez consigam se sobreviverem
Mesmo sem mim, caminhar que interessa
Mas o teu vislumbre
O da noite vagarosa
Calma silenciosa
Suave toque que rompe
Acelera o coração
Alegria vem depressa
Abranda o ritmo desacelera
O bater da morte certa
A tua imagem ausente
Leve sabor omnipresente
Parece que abranda
A morte com a festa
Que viver sem ti, não presta
O bater das asas
O pó que se espalha
O segredo contido
De voar tão esbatido
Beleza nupcial
Fecundando as flores
Só pelos sopros
Beijando cada uma que passa
Provando a dor
Ou o amor que salta
Procurando ausente sabor
Saltitando em dor
Todas as borboletas morrem
E eu morro mais depressa
Libertas do pó amoroso caem
Deixam de voar, choram
Pelo amor que passou, recolhem
Esperam por outra primavera
Mas tu voas
E com belo pranto
Entoas, espalhas a dor
Por saudade de um amor
E as flores tremem
Por um dia que venha
Sem o canto da tua dor
Que ajuda e emprenham
Da tua esperança por um novo amor
São flores que morrem
Sem o teu canto
Mas eu morro mais depressa
Cada dia que passa sem o teu sonho
Eu morro mais depressa
Talvez depois de nascer venha
Me juntar a uma linda borboleta
Tão linda, tão completa