Quero falar-te de um sonho que se acomodou bem no centro onde tudo acontece, enquanto me preparava para amortecer a queda, numa queda de água fresca que enche os trilhos da montanha e os transforma em correntes fortes em forma de cascata. Há nelas um caminhar descontinuado polidor dos rochedos, mas é lá nos terrenos áridos, que a minha fuga é muito mais do que uma simples desistência, se pensar nas partículas desagregadas que a água transporta, onde se encontram ainda, os nutrientes das fragas em estado original.
Sempre que me embrenho na gigantesca floresta, vislumbro um sol nascente em meus olhos e um calafrio no dorso, centralizado num espaço onde habitam figuras sem formas, andrajos do corpo a perder-se na neblina. ´
Se quiseres olhar para dentro de um cenário onde a luz se esconde, verás que há um miraculoso entardecer e um pôr-do-sol, onde tudo se perpetua, sempre que te mostrares livre de qualquer forma e um tudo-nada subjacente ao teu olhar para o mundo.
Maria Al-Mar
Enquanto Mulher
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