Crónicas : 

A lei dos “mijões”

 
 
A lei dos “mijões”

Numa cidade grande como Salvador, existe dificuldade em tudo, onde quer que vá tem um montão de pessoas na frente, as filas são intermináveis.
Se passarmos no banco, mesmo com a lei dos quinze minutos, o aborrecimento é grande, poucos caixas atendendo e muita gente na fila, os bancos mais populares são os piores, tem muito correntista, mas os banqueiros não investem em pessoas, nem em máquinas, quando existe uma, temos que rezar para que não esteja com defeito ou tenha papel na impressora.
Todos acabam se “acostumando” com o desespero de morar em uma cidade grande, mesmo quando uma boa parte se aborrece e resolve fazer tudo o contrário, como o nosso país é o lugar do contrário, vira mania “furar” fila, seja de onde for.
Dentro das vicissitudes diárias a que mais está incomodando agora é a “mijação” nos locais públicos, um grande atentado ao pudor, pois ninguém precisa ficar vendo “bastão” em tudo quanto é canto,” regando” prédios, viadutos, jardins e tudo que um “bastão” irrequieto possa fazer.
Assim o nosso “guerreiro do povo” acordou para a situação, fazendo valer uma lei antiga, de atentado ao pudor.
A polêmica instaurou-se, os “mijões” que permeiam as grandes cidades estão em maus lençóis, pois o terreno está diminuído, não custa nada dar uma passadinha num bar e pedir para dar uma entradinha no banheiro, contudo a dificuldade existe porque nem todos deixam as pessoas entrarem em seus estabelecimentos. Aqui em Salvador, falta banheiro, até em lugares de grande fluxo turístico, a teoria de coibir é muito boa, vide a SET ou TRANSALVADOR, que ganha para fiscalizar, multar, contudo o trânsito de Salvador é um horror, todos fazem o que desejam, assim como os mijões; com certeza o mau motorista é um grande “mijador” de lugares públicos bem como o “furador de fila”, pois desrespeitar lei é a regra em nossa cidade, quem pode faz e não é punido, quem não pode é punido por não fazer.
Como não temos fiscalização, vai ser mais uma lei que não vigorará, principalmente em tempos de carnaval e lavagens, os sanitários ficarão cheio de excrementos, mas o folião com excremento na cabeça, vai curtir como sempre urinando onde desejar, pois no pais do errado, ninguém vai querer se indispor com foliões de outros estados e até países que trazem tanta fama e dinheiro para nossa cidade, se desejarem fazer a nossa festa de carnaval um sanitário a seu aberto vão fazer, principalmente quando sentirem o efeito da cervejinha.

Marcelo de Oliveira Souza




Marcelo de Oliveira Souza,IwA
Dr. Honoris Causa em Literatura
site: www.poesiassemfronteiras.no.comunidades.net - Concurso Literário
blog: http://marceloescritor2.blogspot.com
Instagram: @marceloescritor2


A lei dos “mijões”

Numa cidade grande como Salvador, existe dificuldade em tudo, onde quer que vá tem um montão de pessoas na frente, as filas são intermináveis.
Se passarmos no banco, mesmo com a lei dos quinze minutos, o aborrecimento é grande, poucos caixas atendendo e muita gente na fila, os bancos mais populares são os piores, tem muito correntista, mas os banqueiros não investem em pessoas, nem em máquinas, quando existe uma, temos que rezar para que não esteja com defeito ou tenha papel na impressora.
Todos acabam se “acostumando” com o desespero de morar em uma cidade grande, mesmo quando uma boa parte se aborrece e resolve fazer tudo o contrário, como o nosso país é o lugar do contrário, vira mania “furar” fila, seja de onde for.
Dentro das vicissitudes diárias a que mais está incomodando agora é a “mijação” nos locais públicos, um grande atentado ao pudor, pois ninguém precisa ficar vendo “bastão” em tudo quanto é canto,” regando” prédios, viadutos, jardins e tudo que um “bastão” irrequieto possa fazer.
Assim o nosso “guerreiro do povo” acordou para a situação, fazendo valer uma lei antiga, de atentado ao pudor.
A polêmica instaurou-se, os “mijões” que permeiam as grandes cidades estão em maus lençóis, pois o terreno está diminuído, não custa nada dar uma passadinha num bar e pedir para dar uma entradinha no banheiro, contudo a dificuldade existe porque nem todos deixam as pessoas entrarem em seus estabelecimentos. Aqui em Salvador, falta banheiro, até em lugares de grande fluxo turístico, a teoria de coibir é muito boa, vide a SET ou TRANSALVADOR, que ganha para fiscalizar, multar, contudo o trânsito de Salvador é um horror, todos fazem o que desejam, assim como os mijões; com certeza o mau motorista é um grande “mijador” de lugares públicos bem como o “furador de fila”, pois desrespeitar lei é a regra em nossa cidade, quem pode faz e não é punido, quem não pode é punido por não fazer.
Como não temos fiscalização, vai ser mais uma lei que não vigorará, principalmente em tempos de carnaval e lavagens, os sanitários ficarão cheio de excrementos, mas o folião com excremento na cabeça, vai curtir como sempre urinando onde desejar, pois no pais do errado, ninguém vai querer se indispor com foliões de outros estados e até países que trazem tanta fama e dinheiro para nossa cidade, se desejarem fazer a nossa festa de carnaval um sanitário a seu aberto vão fazer, principalmente quando sentirem o efeito da cervejinha.

Marcelo de Oliveira Souza


 
Autor
marcelooso
 
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 07/09/2010 20:44  Atualizado: 07/09/2010 20:44
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: A lei dos “mijões”
Um tema incomum
para uma situação surreal...

A civilidade anda de braço dado com a educação
e definem o potencial de um país.

1 abraçooO!

Abilio*

Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 07/09/2010 23:31  Atualizado: 07/09/2010 23:31
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: A lei dos “mijões”
Marcelooso,

Um texto muito bem construído que, apesar do assunto desagradável e implicativo, como por exemplo o das pessoas que atiram o lixo para qualquer lado, mesmo quando têm um cesto à frente do nariz, assuntos muito desmoralizadores porque nos fazem ter pensamentos de raiva e de descrença sobre as pessoas, muito bem construído, dizia eu, que não cede à facilidade do desaforo e, mantendo um distanciamento sensato e prudente relativamente à situação, deixa ao leitor a responsabilidade do juízo, sem perder o sentido de humor, que é sempre necessário nestas situações.
Abraço