Crónicas : 

DIZ NÃO ÀS DROGAS E AO ÁLCOOL

 


Sabe-se que há gente muito acomodada e sem escrúpulos, que não quer trabalhar, indo para os meandros do tráfico de drogas, a fim de enriquecer depressa e à custa da desgraça dos jovens, que têm de aprender a dizer «não», às ofertas desses abjectos, para poderem ter uma juventude saudável e enriquecedora. Hoje em dia há muita e basta informação, acerca dos prejuízos das drogas e do álcool, para que se caia nesses mundos imundos, poder-se-á dizer que só cai quem quiser, mas não é bem assim. A oferta é muita e de fácil aquisição, e o jovem que não quer ficar atrás do amigo vai na tentação e experimenta: é o fim da inocência.

Ao princípio a droga e o álcool inebriam e fazem os usuários sentirem-se felizes e realizados, possuidores da chave do sucesso. Até que estes precisam de tomar a toda a hora a sua dose, para conseguirem sequer sair da cama. Começa a haver o desmazelo: barba por fazer, banho por tomar, roupas sujas e uma desobrigação para com tudo e para com todos. Começam as desavenças em casa, filhos agridem pais, para que estes lhes dêem dinheiro e deixam de ir à escola, indo trabalhar, para ganhar para o seu sustento, num processo diário e gradual, quando deixam de ter forças para trabalhar vão para o tráfico ou para o roubo.

Já estão tão inseridos e possuídos pelas drogas, que nada os assusta e fazem coisas impensáveis e dramáticas para conseguirem o dinheiro para o “cavalo” (heroína) e para a “coca” (cocaína). Muitas vezes ficam endividados e o traficante exige-lhes o dinheiro ou a vida, assim mesmo, sem tirar nem pôr. Está-se a viver no submundo, com as suas regras bem precisas e implacáveis, aonde só sobrevive o mais esperto e o mais forte, porque ali não há lugar para desfalecimentos. Não admira portanto as mortes por revanche e/ou por overdose. Não há nenhuma dignidade nestas mortes, e mais difícil fica de entender, quando se trata de um jovem.

Então, a fim de sair da droga, começa-se por usar as «Geográficas», que consiste em sair de onde se vive para se ir viver para lugares e terras isoladas, acompanhados os jovens de medicamentos, que o psiquiatra recomendou. Mas o pior é que a droga e o álcool grassam por todo o lado, e então ou se diz «não», com convicção, ou apenas se muda o espaço geográfico da “toma” da droga e já se está no submundo outra vez. Há muitas casas que propõe «curas», mas ou são muito caras ou pouco dignificantes, para se viver, contudo também as há acessíveis aos bolsos de todos e com longo historial de sucesso, basta «querer».

Sei do que falo pois passei os meus últimos trinta anos a tentar deixar o “cavalo” e a “coca”, indo até parar ao estrangeiro para intentar a cura milagrosa. Mas essa cura está em mim, em «querer deixar», sem portas abertas para o álcool (lícito), que me levará mais tarde ou mais cedo à droga de novo, pois é mais forte a sua «pedra» (flash) e muito mais apelativa. Assim eu tenho de fazer a minha vida onde sempre a fiz, trabalhando e dizendo «não», um dia de cada vez, pois a droga tomou conta da minha vida e eu deixei de lhe ter «resistência», sou um toxicómano em recuperação, vai para cinco anos e sei que desta vez fui eu que venci, pois disse «não» convictamente. Se és jovem, diz não às «drogas» e ao «álcool».

Jorge Humberto
07/09/10


 
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