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PARADAS CARDÍACAS

 
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PARADAS CARDÍACAS

Coração metropolitano
Batendo britadeira
Nas esquinas poluídas
Dos meus momentos cimentados

Coordena descompassado
O não-fluir não-estático
De meu trânsito congestionado
Chove lento e engarrafado
Esfria meus estados,
Engaveta meus sentimentos

Agora mesmo
Enquanto versejo,
O músculo, acidentado, fraqueja...

Neste exato momento
Enfarta super-rápido
A estagnar meu peito
Para libertá-lo das feridas
Da vida, de seus efeitos...

Logo em seguida
Chamará um táxi
Numa paulista avenida
Para levá-lo, sem desvelo,
Entre tropas de choque
E paradas cardíacas

Avançará sem receio
Sobre todos os faróis vermelhos
Que porventura encontrar
Nessas esnobes marginais compridas

Definitivamente parará.
Morto, descerá do auto
Numa praça desconhecida
Desguarnecido de todos e tudo

Então aproveitará a noite
Se embriagando de chopp
Num fastuoso Happy-Hour
Destes cheios de comidas.


Gê Muniz

 
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GeMuniz
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Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 10/09/2010 15:18  Atualizado: 10/09/2010 15:18
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Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: PARADAS CARDÍACAS
Poeta Gê!

Pobre coração!
Tem que ir morar numa cidade bem pacata, pequena, talvez não longe da barbaridade, só meia-boca, porque a maldade anda solta em qualquer lugar.
Mas com um trânsito menor com certeza tem muitas.
Agora depois de tudo mencionado na poesia comer todas as porcarias e mais o chopp, dá para encomendar as ezéquias rsrsrsrs.
Brincadeirinha poeta, vida de paulistano é de doer. Sou feliz aqui sem tanto entrevero.

Bjo no seu coração!
♫Cartol


Enviado por Tópico
anakosby
Publicado: 10/09/2010 16:49  Atualizado: 10/09/2010 16:50
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Usuário desde: 12/04/2010
Localidade: Torres
Mensagens: 1739
 Re: PARADAS CARDÍACAS
Lindo!

Achei muito bem estruturado, ao mesmo tempo que é um poema narrativa, nos carrega por um trajeto metafórico das escolhas da vida.

E as vezes é bom um happy-hour não?

Um bom papo, gente bonita, bebidas e comidinhas, uma música boa ao funto, o tilintar dos copos, os risos...(Não é bom empanturrar muito. rs...)

Beijo, adorei ler este trajeto do teu Eu.