Que me ocorrerá dizer acerca do mundo?
Dissertar sobre seus maniqueísmos?
Esmiuçar os negativos ou positivos rostos seus?
Ou singelamente enaltecer o seu lado positivo,
-o do mundo – e o de cada um de nós?
Do mundo como na vida,
opostas forças se conjugam, tal qual
sínteses e antíteses irmanadas,
matéria versus antimatéria,
o sim e o não sem talvez,
e tudo serena ou convulsivamente
se completa dessa forma!
Se d`outro jeito acaso quisesse,
achá-lo bem ou mal,
negativo ou positivo, maior não seria a estultícia,
seria até sobrepor-me ao seu poder, á sua imensidão.,
insensatamente julgar deter
o seu inexorável movimento.
Nem sei tampouco se aquando ele é bom
se isso é coisa de ser positivo,
e na ignorância me quedo,
quando ao julgá-lo mal em algum dia
isso queira dizer ser negativo.
Pensar nisto,
é permanecer sem saber o essencial,
e o essencial é sentir,
e ver com os olhos de ver,
sentir a plenos seis sentidos e ver até, com os olhos da alma,
o improvável mundo feito criança a brincar,
e a criança alegria no mundo a rir.
E tudo o resto
pode ser que seja escrito a negro e sangue,
ou d`outra maneira mais incisiva – seja como for que possa ser
seja assim ou nem tanto assim –
Porque eu não saberei jamais, se este resto
é bom ou mau
se por ser resto ou por ser escrito !
E também que importa o Tudo que eu possa saber
a ser esse o meu fado, a minha grã fatalidade
do ser racional e cerebralmente actuante?
Ainda assim, não encontraria nessa estrada
maior verdade que aquela que me inunda os olhos simplesmente.
E nos olhos transporto o essencial,
nos olhos detenho a luz de mistérios e revelações premonitórias,
sem bordões do intelecto,
sem algemas do pensamento.
Positivo, negativo…
quanta coisa se transmuta,
oh céus quanta coisa...
E se hoje , como um dilúvio,
pernicioso e mau o mundo nos possa parecer,
talvez seja, ou será mesmo apenas um singelo caminho,
rumando ás claridades!
Positivo…
Eu?
Negativo o mundo?
Apenas dois rostos num só rosto!
Dionísio Dinis