Vivo sem sentido a vida.
(Davys Sousa - 14 de Agosto de 2007 - 10:20 a.m.)
Vivo sem sentido a vida.
Abandono a mim mesmo e tento apagar-me no esquecimento.
Sou como um rio que sempre as águas do passado fluem.
A vida que inocente detenho, prevalece morta.
Tenho em mim dores infindas que lampejam
Em minha alma como um relâmpago
E chuvas de inverno que escorrem
Em meus olhos baços e banzos como a morbidez.
Trago tantas mágoas reprimidas em meu peito
E tantas sodades da vida que já se foi
E nunca mais regressará como uma flor
Tanto aquecida pelo calor do sol.
A vida já me vai junta a esperança, que já tive,
Este que se consome em chamas escuras
Que hoje me guiam na vida, que vivo sem sentido.
Tenho a noite em mim, ressentida, ferida,
E elas estão abertas em minha alma
São como flores desperdiçando seu cheiro
Transformando-se em simples podridão
E morte... morte... noite... dor...
Minha alma é como uma cova,
Onde me olho e reflito em algo
Que eu sou: sombrio, misterioso, místico
E ser amoroso em rotações da vida e do tempo.
No tempo que me sinto perdido no que sou,
No que fui e no que ser,
Em um futuro conseqüente...
Sou como folhas outonais caindo
Porque no amadurecimento ou na essência
Que possuíam transbordaram num ato de auto-preservar,
Depois se perderam em vidas sem sentido...
Sem sentidos, jazem no chão como um corpo frio,
Vazio e sob sombras envolta.
Vivo sem sentido a vida,
Incompleta, vazia como um vaso quebrado
Com flores maltratadas que sangram a vida
Que lhes resta, ainda.
Meu rosto frio, triste e sem vida... sou como um espectro,
Que vaga por caminhos perdidos... pássaro ferido
Sob uma prisão de muros altos...
Assim, olho-me a um espelho
Aquecendo a vida sem sentido.
Davys Sousa
(Caine)