Na tibieza de uma luz pálida de Sol,
na cólera áurea com se despe a noite escura,
perdura agora o cheiro imaginário
dos espinhos de rosas
e o néctar das tílias e dos jasmins.
O cheiro
o gesto
e o tacto
do incesto andrajoso de mim e da Natureza
em perscrutação de um espaço que é só nosso,
na antecipação mítica do toque, do gozo
- pleno, sereníssimo, amoroso -,
... no sacio da fome, da sede,
no arrepio exacerbado
na exactidão de colheitas amadurecidas.
E contudo, no rastilho decrépito de um mundo,
nas várzeas empinadas,
elevam-se monstros
ancorados às nebulosas das asas de morcego
e no bosque extemporâneo,
no bosque dos druidas, em horizontais planos,
rumorejam silenciadas, lágrimas exauridas,
a rolar silêncios no oco denso das pedras...
Na perda, na dor,
no volver de corpos adestros à noite do suor,
...do nosso amor, amado,
na hora insaciada,
na sede imortalizada de polvilhar estrelas
nas chagas virulentas das nossas feridas.
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