Adeus? Porque não há mais nada a dizer.

Nascem das noites de dores, quando os erros se repetem, e todas as velhas coisas fazem-nos doídos novamente e repetidamente, numa reverberante moenda de grãos de afeto que nunca virarão farinha, quiçá pão. E dói olhar o trigo dourado do coração amado ao sabor do vento, perfeito para nutrir, dando a certeza que nunca faltará emoção, carinho, proteção, nem haverá solidão ou tristeza.
E corri pelos campos, nua de alma, sem dissimular, sem tentar ser o que não sou, colhi todos os grãos com minha alma, e fiquei para ti o mais transparente que de mim havia, colhi como pude tudo que a vida tinha me trazido, estiquei minhas mãos e dei a ti, tudo que havia em mim. Mas não foi o suficiente, por um simples motivo, por simplesmente não ser.

E então eu murchei e entristeci, cansei, levantei, saí e nunca mais voltei.