Sonetos : 

Pequena luz de vela

 
Somente a solidão, imensa, verdadeira,
A dona da razão, embora muito áspera,
Inunda o coração no seu limite máximo,
Fareja feito cão a vida passageira.

Da última vilã, legítimo prefácio.
A mínima fração do que nos diz o nada.
E mesmo que na vida esteja mascarada,
Erige-se à sombra; impávido edifício.

Se o gosto desse fel escorre na garganta,
Aperta o teu passo, dá de ombros, canta
A única canção que aplaca essa dor.

Pois mesmo qu’esse canto seja à capela,
Em meio à escuridão, pequena luz de vela,
É claro e altaneiro, é fogo, é amor.


Frederico Salvo


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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
antóniobotelho
Publicado: 03/09/2010 01:26  Atualizado: 03/09/2010 01:26
Da casa!
Usuário desde: 13/04/2010
Localidade: Viseu
Mensagens: 433
 Re: Pequena luz de vela
Caríssimo Frederico,
Parabéns por este excelente soneto! Viva os sonetistas!
Cumprimentos poéticos,

António Botelho
http://poesiasdeantoniobotelho.blogspot.com/


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/09/2010 23:52  Atualizado: 06/09/2010 23:52
 Re: Pequena luz de vela
Raramente aqui no Luso leio sonetos tao bem construidos como este! Poucos poetas prescindem da solidao, ela e' vital para a concentracao! Parabens e abracos!