Depois que eu parti nunca mais o vi, nos falamos mais uma vez por telefone, mas era como se ele fosse um estranho.
Cansei de tentar entender. Conformei-me pela explicação não dada. Vai ver ele é um completo idiota (prefiro pensar assim, posto que ele me deixasse pensar assim) sem imaginação para uma desculpa convincente.
Sempre me incomodou o fato das pessoas fazerem um grande esforço em ser o que não são ainda mais porque essas máscaras não são nada funcionais, sempre caem.
Seria mais fácil dizer: - olha, eu sou assim. Pouparia-nos sonhos desnecessários, ilusões desnecessárias, dinheiro desnecessário. Mas não, o ser humano adora ser complexo (e alguns serem idiotas também, vide o idiota anterior)
Tirando esse incômodo, o que me chateia também é perder tempo em pensamentos e divagações infrutíferas.
É como se fosse um dia de ontem, recente o suficiente para não ser esquecido, mas morto que não há nada mais a ser feito. Mas por outro lado é bom, pois esse tipo de situação morre prematuramente e nos poupa de gastar mais ainda sonhos, ilusões e dinheiro.