Escuta Lurdes,
breve é o tempo pretérito,
e já hoje nem resta vago vestígio
da minha passagem em ti.
Hoje levas na lembrança apagadas memórias
de inconsequentes e inúteis encontros,
hoje, segues tranquila e sem mácula o teu glorioso caminho.
Invoco-te Lurdes,
lembro o teu nome, venero a tua imagem ,
tão somente pra te dizer da minha presunção,
da irredutível presunção no direito ao esquecimento,
do teu esquecimento por mim, do meu próprio esquecimento!
Passas-te por mim,
sem te deteres passas-te…
Passas-te a saber passar, e eu só posso ficar feliz por isso!
A graça de ver-te passar, feliz e airosa, essa eu alcancei!
Dionísio Dinis