Há muito que evaporei
Evaporado no som
Som longo
Rua estreita
Horizontal de ruga em ruga
Penso e serei livre de tudo
Menos do tempo que tão bem sei perder
Passos da harmonia que só ouço nesta cidade
Cidade aberta
Molha os dedos virada a sul
Torrada de colinas em cor
De muitas, e…
Olhar de um, incomum
Nessa paixão que não te sabem
Em cor, nessa…
Que sabes, ainda
Sim, ainda, ondulam as sementes e rompem
Segredo teu contado nas praças do amplo
Mesmo que um tudo perdido, sorriso
Mesmo que outro partiu e não sejas amado
O castelo fita-te, neste mistério contado
Que traz e leva
Nos passos dos que passam e dos que ficam
Dos que te encontram e em ti se perdem
Perdidos, dos que partem alegres
Conta o brilho bocejando
Encontram-se e eu…
Liberto-me, como sempre acabam as minhas batalhas
Tudo as horas pois arrastam e levam, despindo-me
Pele de mar transpirando
Sou por lá abrindo este profundo
Desde a alma até ao mundo
Erros e ilusões ao largo
Desse Deus que não conheço, por ora
Sigo livre pela última sombra deste eu deserto
«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»
Agostinho da Silva