"Serei eu quando for"
Serei eu quando for.
Quando tiver de o ser.
Quando a situação assim o exigir.
Até lá…
Não me terei por definição.
Não serei ninguém
E ao mesmo tempo
Serei tudo o que conseguir ser;
Imaginar-me, pintar-me,
E até transcrever-me em palavras falsas.
Serei imaginários e personagens minhas
Histórias, memórias e filmes
Fingidos por mim…
E alguns vividos pelos que não sou.
E no entanto;
Não cheguei a ser nada…
Nem me definirei em coisa alguma.
Serei eu quando for.
Quando me quiser ser.
Ou quando por acaso,
Ou por uma conjugação mágica e astral
Me conseguir ser.
Até então não sou nada
Não quero ser nada.
Nem tão pouco
Me quero preocupar com definições!
Quer para me vender a mim.
Quer para dar a outros.
Sou o que sou!
O que tiver de ser agora.
Porque depois;
Serei um a seguir disso.
Porque depois até.
Irei ser um antes,
De uma outra coisa qualquer…
Serei quando for eu!
Ser-me-ei só para mim.
Num espectáculo qualquer de teatral
Com uma plateia imensa;
Feita só de mim…
Serei eu quando for.
Quando tiver de ser.
Serei eu quando morrer
Como me fui só ao nascer!
Ou quando me tiver de deixar de ser.
Serei eu.
Serei muitos e só eu!
Serei um tudo de nada
Com uma definição sempre por escrever…