Tem cuidado comigo
Sou caule de rosa bravia
Ave solta fugidia
Sou sobreiro no meio do campo
Sou no tempo imperfeita
Mulher de medos, mas
Ergo-me com as manhãs
Solto num ai, acredita
Os medos, solto-os ao vento
Esqueço queixume e lamento
Viro garça em pleno voo
Solta de amarras, sou como sou
Sou caule de erva que cresce
De silva de rosas brancas
Em cada ideia me entrego
Assim os medos renego
E abraço o novo dia.
Tem cuidado comigo
Ás vezes sou de cristal
Outras sou pedra fria
A dor me moldou um dia
Em barro vermelho de sangue
A terra me cobriu do frio
A noite me tingiu de preto
Mas o sol do Alentejo
Cravou na minha pele branca
Lanças de força e de esperança
Comigo teve cuidado
Me embalou no montado
Me calejou o desejo
Me adormeceu com um beijo
Por isso tudo
Te peço
Que comigo tenhas cuidado.
Antónia Ruivo
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Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...