Posso-te dizer a maneira como escreves,
a maneira como traças a perna,
e até a maneira como andas e sorris,
desenho-te de olhos fechados,
desenho-te a pinturas endoidecidas e contorcidas,
de sons e movimentos,
porque eu gosto...
gosto de cada respiração que me fazes sentir,
gosto de cada sentimento que sinto ao acordar,
das saudades que se abraçam a mim,
na hora que a cortina da noite,
se debruça sobre mim, sobre ti, sobre nós...
E não faz mal que custe amar,
e não faz mal que as coisas não corram,
como tu e eu desenhamos naqueles rabiscos da noite,
mas se naquele entardecer,
vamos de mãos dadas,
vamos de almas unidas,
assistir ao por do sol,
assistir ao nascer da lua,
fazer amor até as luzes se apagarem,
fazer amor até as luzes reluzirem nos sons,
esses que te fazem apaixonar pela vida,
sons da natureza,
sons das luzes,
sons da magia,
não existe dor, tristeza, que apague a grandeza,
de momentos como estes, nem dos sentidos mágicos,
que poeta das descozidas palavras,
que vou largando ao vento...
porque as vou sentindo...
porque as vou vivendo...
porque as respiro...
nos brocados das nossas almas...
E viramos a cassete do lado A para o B,
do B para o A...
durante toda a noite...
durante a noite toda...
Alexander the Poet