SEM PRESSA
Paulo Gondim
30/08/2010
Um solitário sopro de trompete
Invade o aconchego da sala
Num canto do sofá, um livro aberto
Perguntando por que pouco se fala
A melodia aos poucos se perde
Entre quadros de antigas fotografias
Como se perdem meus devaneios
Entre dúvidas e vãs filosofias
Outra música inicia um novo tom
Vibrando a velha estante de madeira
A solidão parece bailar comigo
Minha inseparável e única companheira
Vejo passar lentamente o tempo
A pressa já não se faz tanta assim
Os anos já me pedem até desculpas
Pelos sonhos que já se vão de mim
O trompete deu lugar ao piano
E posso sentir em cada dedilhar
A paz de quem já não tem pressa
E em cada acorde, vontade de dançar
Paulo Gondim